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Letra: Daniel Gouveia
Música: Daniel Gouveia
Guitarra: Luís Petisca. Viola: Armando Figueiredo. Viola Baixo: Filipe Vaz da Silva
(CD Até Sempre, Sr. Fado, Faixa 14, Companhia Nacional da Música, Lisboa, 2014.)
LISBOA, LIS… MÁ
Lisboa, minha Lisboa
Às vezes boa
Às vezes má
Dás abrigo a tanta gente
Que a gente sente
Não ser de cá
Lisboa, minha Lisboa
Teu fado soa
A dor e saudade
E entre tanto pandemónio
Já é Património
Da Humanidade.
Tens mil casinhas às cores
Jardins com flores
Da Cultura um Centro em
Belém
Nos passeios há vidrão,
Pilhão, papelão
E cocó de cão
Também
Deslumbras com belas vistas
Milhões de turistas
Que comem pastéis de
Belém
E azulejos tão bonitos
Que uns selvagenzitos
Borram com grafitos
Também
Lisboa, minha Lisboa
Às vezes boa
Às vezes má
Parece que uma pessoa
Se sente à toa
Ao deus-dará
Lisboa, minha Lisboa
Fazes com que doa
A nossa cabeça
Com mil carros em manobras
Buracos e obras
Em cada travessa
Tens Pessoa e os heterónimos
Até os Jerónimos
E a famosa Torre em
Belém
Sem magalas nem sopeiras
Docas sem peixeiras
Mas com bebedeiras
Também
Há por cá um Presidente
Que preside à gente
E é residente em
Belém
Mas num palácio em São Bento
Tens um Parlamento
Sem entendimento
Também
Lisboa, minha Lisboa
Às vezes boa
Às vezes má
Tanto contraste é a prova
De seres velha e nova
De há séculos pra cá
Qualidades e defeitos
São marcas, são jeitos
De uma tradição
P’ra mim serás sempre boa
Lisboa, Lisboa
Do meu coração!