Caro(a) Autor(a) de um livro por publicar:

Após alguns anos trabalhando em editoras de livros, iniciei, em Outubro de 2005, a actividade por conta própria. Porém, situei-me numa modalidade pouco convencional. Edito a partir de 30 exemplares. Faço-me pagar apenas pelo trabalho de rever o texto, retocá-lo se necessário, paginar, introduzir imagens se as houver, montar o livro, criar a capa e produzir ficheiros informáticos que envio ao impressor, com o livro inteiramente pronto para impressão. O autor paga a quantidade fabricada, conforme orçamento do impressor, que lhe mostro para ver que não acrescento nem um cêntimo. O meu trabalho é facturado de acordo com o tempo despendido.

Na minha perspectiva, os livros são propriedade do autor e os seus direitos não deveriam ser os 10% usuais, mas sim 100%, porque os escreve, tal como um pintor ou escultor ganha 100% do valor por que vende os seus quadros ou esculturas, daí deduzindo os custos dos materiais e eventualmente uma percentagem para a galeria de arte onde são vendidos. Mas não faço edições de autor (a menos que a obra manifeste insuficiências de revisão ou de qualidade). Têm a chancela DG Edições, número de Depósito Legal (exemplares depositados na Biblioteca Nacional e outros arquivos oficiais onde podem ser consultados e ficam conservados para a posteridade), registo internacional ISBN (International Standard Book Number) com código de barras que permite o livro ser identificado e transaccionado em qualquer parte do mundo.

Na prática, descontadas as despesas (a factura do impressor e o trabalho do editor, que é a prestação de um serviço), o lucro é todo do autor. Se a obra for um êxito e, ao fim de um tempo, se venderem 10.000 exemplares, não há nenhum mérito do editor nisso. Pelo menos, de um editor como eu, que não pode fazer publicidade nos media, nem promoção enviando (com custos de correio) exemplares grátis aos jornalistas da especialidade, nem painéis com o autor em tamanho natural à porta das livrarias.

Para se fazer uma ideia, 200 exemplares de um livro de 150 páginas, formato 15x21 cm, sem imagens, com capa em cartolina a cores, plasticizada, sem revisão de texto pelo editor, pode custar 450,00 euros de tipografia, mais 250,00 euros de trabalho editorial; total, 700,00 euros. O custo unitário será de 3,50 euros. Este custo baixa substancialmente com quantidades superiores e sobe com inferiores, como é lógico, visto o trabalho editorial ser o mesmo e o custo unitário da tipografia baixar com a quantidade. No entanto, se o autor vender directamente tal livro, a um preço de capa de 14,00 euros, perfeitamente corrente, ganha 10,50 euros em cada exemplar. Ou seja, ao vender 67 exemplares igualou o investimento e, nos 133 exemplares seguintes, faz 1.396,50 euros de lucro líquido. Claro que sempre terá de oferecer alguns, o que não permite atingir este valor exacto. Mas considere também, como lucro, que durante alguns anos poderá oferecer, a familiares e amigos, a um custo de 3,50 euros, um livro seu, autografado e com dedicatória, em vez de um presente seguramente muito mais caro e de menor valor cultural e afectivo.

Pela experiência anterior, fazendo-se um lançamento do livro num local conhecido do Autor, onde este possa congregar os seus amigos e conhecidos, vende-se logo 40 a 60% da edição. O livro também poderá ser posto à venda em locais a angariar pelo Autor, caso em que estou habilitado a produzir informaticamente toda a documentação comercial de que os estabelecimentos, livrarias ou não, necessitam contabilisticamente (Notas de Consignação, Facturas, Recibos, etc.). Nestes pontos de venda, a comissão normal a conceder é entre 30% e 40%. 

Assim sendo, para editar necessito do original em suporte informático (disquette, CD ou enviado por correio electrónico), informação sobre se é pretendida a revisão do texto ou se o autor se encarrega disso, indicações para a capa (preferências do autor, imagens que queira incluir, ou se já vem feita, caso em que também deve ser enviada em suporte informático). Na posse desses elementos, peço um orçamento ao impressor (que mostro ao autor) e faço uma estimativa das horas de trabalho editorial necessárias, o que conduz a um orçamento previsional. Aprovado este, há frequentes trocas de impressões com o autor, reuniões se necessário, envio de provas prévias até este considerar o trabalho pronto para impressão. Há, ainda, um envio de provas em papel, para revisão final, a fazer pelo autor. Uma vez aprovadas por este, passa a ser sua a responsabilidade do texto e capa impressos e, 8 a 10 dias depois, está o livro pronto.

A ordem de impressão só é dada depois de os valores da impressão e do trabalho editorial serem depositados nas contas bancárias do impressor e minha, respectivamente.

IMPORTANTE: Recuso-me a editar livros escritos segundo o impropriamente designado Acordo Ortográfico de 1990.  

Terei gosto em prestar todos os esclarecimentos adicionais necessários.

Ao seu dispor,
Daniel Gouveia


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